O DESPERDÍCIO DE IDEIAS DE “ESTA É A SUA MORTE”.

Por Celso Sabadin.

Um bom tema desperdiçado por uma direção ruim. Assim é “Esta é a Sua Morte”, drama que até busca tecer críticas contra o atual estado de imbecilidade letárgica que assola a sociedade dominada por reality shows, mas que se perde numa dramaturgia fraca e numa narrativa primária.

O roteiro de Noah Pink e Kenny Yakkel – que não fizeram por enquanto nada de muito marcante no cinema – parte de um pressuposto aterrorizante: um reality show no qual os competidores se matam em cena, ao vivo. A ideia da morte transmitida pela TV está longe de ser nova (“Rede de Intrigas”, “A Morte ao Vivo” e o próprio “Rollerball”, entre outros, já abordaram o tema há cerca de 40 anos), mas o assunto aqui parece mais apavorante, pois nestes tempos que estamos vivendo tal ideia chega a ser plausível… se cair nas mãos de um Datena da vida, por exemplo.

Afinal, como é dito em certa altura do filme, “nosso país nunca esteve tão dividido, com as pessoas lendo só as notícias que lhes interessam, e fechadas ao debate de ideias.” Ah, e não se trata de um filme brasileiro.

“Esta é a Sua Morte” abre várias leituras atuais e necessárias, como a manipulação da mídia, a espetacularização idiotizante dos meios de comunicação, a voracidade destrutiva da audiência a qualquer preço, e por aí vai. Tudo, porém, diluído pela direção cintura dura de Giancarlo Esposito (que também vive  um dos papeis principais), neste seu segundo longa como diretor. Pouca sutileza e dramaticidade de “soap opera” põem quase tudo a perder.

Estreia em 21 de setembro.