O EMPOLGANTE E SURPREENDENTE “CONCLAVE”.

por Rafael G. Bonesi.

 

Trazendo uma narrativa equilibrada entre o suspense e o drama “Conclave”, do diretor Edward Berger, é uma obra para a qual vale estar atento. Contando uma história curiosa e de um ponto de vista não explorado, acompanhamos o Cardinal Lawrence (Ralph Fiennes) na condução do conclave que definirá o mais novo Papa para o mundo. A tarefa se revela cada vez mais desafiadora na medida em que os segredos dos candidatos vão sendo revelados.
Nessa trama repleta de intrigas e reviravoltas, Berger consegue nos surpreender em cada revelação, conduzindo as cenas com extremo cuidado e nos limitando ao ponto de vista do protagonista. O suspense é gerado como consequência do drama sempre presente, que ao crescer gradativamente, gera uma ansiedade empolgante e um desejo de saber mais.

 

Com personagens distintos e características muito marcantes, não demora até o espectador ficar absorvido nesse universo e nos eventos que assolam esses homens , Essa distinção dos personagens se deve principalmente a suas crenças e interpretações, com maneirismos e entonações particulares a cada um, o que torna o longa cada vez mais rico.

 

Hipnóticos nas nas imagens, todo frame é muito bem estruturado, exercendo uma função específica na narrativa. “Conclave” mantém sempre o foco em desenvolver os conflitos externos e internos do protagonista, que se torna uma extensão de nós mesmos.

 

Conduzindo essa história com delicadeza e uma trilha sonora envolvente, Edward Berger cria em “Conclave” o filme de língua inglesa que mais me empolga nessa temporada de premiações, com uma estrutura refrescante que deixa um gostinho de “quero mais” e surpreende constantemente, sem nunca se tornar esdrúxulo.