O ESTRANHAMENTE SIMPÁTICO “CABARÉ BIBLIOTECA PASCAL” RENOVA O VIGOR DO CINEMA ROMENO.

Duas ótimas ideias repletas de potenciais cênico-cinematográficas: (1) um homem com o poder de projetar seus próprios sonhos para que eles sejam visíveis a todos e (2) um prostíbulo especializado em realizar fantasias erótico-literárias.
Estas (e várias outras) concepções criativas fazem parte de “Cabaré Biblioteca Pascal”. Que é, claro, um filme romeno. Em coprodução com Hungria, Alemanha e Inglaterra. Instigante e criativo, o atual cinema feito na Romênia continua mantendo sua capacidade de surpreender. E “Cabaré Biblioteca Pascal” não é exceção.

Sonhos, fantasias, parábolas, lendas, simbolismos em profusão, tudo se mistura quando Mona precisa contar sua história ao assistente social, para que ela retome a guarda da filha. De ser vendida como escrava sexual pelo próprio pai, até se tornar amante de um perigoso criminoso procurado pela polícia, Mona não economiza histórias muito menos imaginação para sensibilizar o funcionário público e ter sua filha de volta.
Quem ganha com isso é o cinéfilo, que vê desfilar diante de seus olhos quase duas horas dos mais oníricos devaneios proporcionados por uma caprichada direção de arte e um punhado de bons efeitos especiais.

A verdade? Ora, a verdade? Que se publique a lenda!

Primo próximo, muito próximo, de ”Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, “Cabaré Biblioteca Pascal” tem passeado, desde 2010, por vários festivais internacionais de cinema, destilando com eficiência sua simpatia e sua estranheza.