O GENIAL E PROVOCADOR “O CIDAÇÃO ILUSTRE”.

Por Celso Sabadin.

E eis que o cinema argentino acerta mais uma! “O Cidadão ilustre”, vencedor do Goya de Melhor Filme Iberoamericano, transborda a inconfundível verve de nuestra latinoamerica,  questiona, provoca, incomoda e exala boas doses deste nosso típico sarcasmo inquisidor.

A história – fictícia – imagina um certo Daniel Mantovani (Oscar Martinez, ótimo, vencedor do prêmio de melhor ator em Veneza), que após receber o Nobel de literatura vê sua carreira terminar. Motivo: se um escritor foi aceito e premiado pelos padrões tradicionais de uma academia, é porque ele não tem mais talento para provocar. E o artista que não provoca não pode ser artista.

Abatido, Oscar decide então retornar às origens e vai visitar sua pequena cidade natal, no interior da Argentina, que deixou há 40 anos para não mais voltar. O retorno é um agridoce misto de humor e tensão. As situações são tragicômicas, e as críticas à hipocrisia são ferinas e ferozes.

“O Cidadão ilustre” tem direção de Gastón Duprat e Mariano Cohn, com roteiro de Andrés Duprat, a mesma dupla que dirigiu o também ótimo “O Homem ao Lado”. A estreia é nesta quinta, 11 de maio.