“O HOMEM QUE PAROU O TEMPO” REFLETE SOBRE A DEPRESSÃO.

Por Celso Sabadin.

Propor uma reflexão sobre a depressão talvez seja o maior mérito de “O Homem que Parou o Tempo”, o curto longa (61 minutos) roteirizado e dirigido pelo baiano Hilnando Souto Mendes, que se assina artisticamente como Hilnando SM.

A história é centralizada em João (Gabriel Pardal), um programador de computadores em crise existencial. Isolado em seu apartamento e sufocado pela frieza de seu solitário trabalho, o protagonista tem dificuldades em se relacionar com as pessoas, e nada parece lhe animar. Nem os amigos, nem a possibilidade de uma nova paixão. Sempre pressionado e perturbado pelo irritante toque de seu celular (um achado sonoro do filme), João perambula sem destino pela praia e pela vida. Metaforicamente, vive em busca da água, seja ela corrente em seus pensamentos e pés, seja ela engarrafada pelo sufocante plástico que a contém e limita.

A inquietante questão de João é o tempo, sempre ele, sempre fluido, que não consegue controlar.  O melhor lugar do mundo é um aqui e um agora que nunca se concretizam. Para o desespero de quem busca sempre o inalcançável.

“O Homem que Parou o Tempo” estreou em 13 de setembro, em circuito restrito de sessões às 19 horas. A ser descoberto.