O HUMOR ANACRÔNICO DE “O ROUBO DA TAÇA” 

Por Celso Sabadin. 

Mesmo que repleto de problemas (entre eles o uso de cenas violentas estranhamente gratuitas e abusivas para uma comédia)   “O Roubo da Taça” consegue ficar um pouco acima da média das comédias populares que vêm sendo produzidas recentemente no cinema brasileiro. O que também não significa muita coisa. Não que ele seja ruim; trata-se apenas de um filme – supervalorizado no recente Festival de Gramado – com seus altos e baixos, claramente em busca de um diálogo aberto e direto com o grande público (o que também não é problema nenhum), e que – novamente – vai buscar na televisão suas maiores fontes de inspiração.

A trama é livremente baseada no caso real do roubo da Taça Jules Rimet, aquela mesma que o Brasil conquistou em definitivo após vencer a Copa do Mundo de 1970. Correrias, histrionismo, machismo, a gostosona do pedaço, o  anti-heroi, gritaria, a suposta malandragem carioca, todos os elementos que os defensores do filme consideram como uma homenagem à chanchada brasileira, particularmente vejo como  uma forma desgastada e anacrônica de se fazer humor para um público que parece jamais evoluir. Questão de ponto de vista.

Inócuo como cinema, “O Roubo da Taça” pode  funcionar como entretenimento.  Basta não exigir demais.

A estreia é nesta quinta, 08/09.