“O JARDIM SECRETO DE MARIANA”, PARA VER – E DISCUTIR – A DOIS.

Por Celso Sabadin.

Sergio Rezende é conhecido por seus filmes de viés histórico/político, como “Guerra de Canudos”, “Lamarca”, ”Zuzu Angel”, “Mauá – O Imperador e o Rei” e, mais recentemente, “O Paciente: O Caso Tancredo Neves”. Em seu mais novo trabalho, Rezende reposiciona suas lentes dos grandes e épicos temas nacionais para os íntimos – e não por isso menos épicos – dramas pessoais. E qual drama é mais épico, pessoal, íntimo e explosivo que o relacionamento entre um casal?

Em “O Jardim Secreto de Mariana”, a partir de seu próprio roteiro – com colaboração de Maria Rezende – o diretor conta a história de João (Gustavo Vaz) e Mariana (Andréia Horta, a “Elis”), lindos, livres, belos, soltos, felizes, apaixonados, morando numa chácara deslumbrante que lhes garante uma vida sossegada plantando e vendendo flores e alimentos orgânicos. Como diz o próprio pai de João (em ótima participação de Paulo Gorgulho), “um vidão”.

Porém, ninguém faz filme mostrando o “vidão” dos outros, e o conflito logo surge: o casal entra em crise pela impossibilidade de ter filhos. A partir daí, emergem os distanciamentos, crises, paranoias e traições necessários para traçar uma linha narrativa consistente o suficiente para envolver o público até a resolução final.

As convincentes interpretações do casal protagonista emolduradas por belas locações na região de Brumadinho e Inhotim (Minas Gerais) são elementos importantes para fazer de “O Jardim Secreto de Mariana” um bom drama romântico para ver, brigar e se reconciliar a dois. Particularmente, senti falta de – pelo menos – alguma breve menção à possibilidade de adoção, mas vamos em frente.

O filme estreia nesta quinta, 30/09.