“O MONSTRO DE MIL CABEÇAS” DENUNCIA COM TALENTO OS CRIMES DOS PLANOS DE SAÚDE.

 Por Celso Sabadin.

O tema de “O Monstro de Mil Cabeças” sugere uma aventurona disfarçada de drama: mulher desesperada pelo descaso de seu  plano de saúde em relação ao tratamento do marido resolve tomar medidas extremas e fazer justiça com as próprias mãos. Acredite: o filme é muito mais do que a sinopse pode sugerir.

Produzido no México, “O Monstro de Mil Cabeças” passa longe das mesmices aventurescas do cinemão comercial para se fixar no desespero de uma mulher comum fatigada das manipulações de uma sociedade comercial que se mostra cada vez mais apodrecida.

Além da denúncia contra os crimes cometidos pelos planos de saúde, o filme ainda é hábil e criativo na sua forma de expor o problema: a narrativa se desenvolve em dois níveis simultâneos, praticamente independentes, mas que se completam – o visual e o sonoro – onde o primeiro aos poucos se transforma numa espécie de flash-back do plano auditivo para quem ambos, ao final, fechem a história. É ver (e ouvir) para curtir.

 

“O Monstro de Mil Cabeças” tem roteiro de Laura Santullo e direção de Rodrigo Plá, ambos uruguaios residentes no México e casados na vida real. O filme é um verdadeiro papa-prêmios, tendo  sido selecionado para os festivais de Veneza e Rio, e levado os troféus de Melhor Direção em Biarritz, Istambul e Varsóvia. No papel principal, Jana Raluy foi premiada como Melhor Atriz em Varsóvia, Havana e Morelia.

Estreou em 21/07.