“O MUNDO ENCANTADO DE GIGI” NÃO ENCANTA.

Entre longas, curtas, vídeos e trabalhos para TV, o diretor japonês Shigeyuki Hayashi (que se assina artisticamente apenas como Rintaro) já realizou quase 30 obras, e está entre os mais conceituados profissionais da área de animação em todo o mundo. No Brasil, ele não é dos mais conhecidos. E provavelmente não será com “O Mundo Encantado de Gigi” que Rintaro ganhará uma boa fama por aqui.

Pouco empolgante, esta coprodução entre França e Japão fala de uma garotinha que se veste de pinguim e sonha conseguir voar. Certo dia, ela é levada para um mundo mágico, ameaçado por uma força destruidora, e habitado por estranhos seres que acreditam que ela seja a “salvadora” da qual falam as profecias. Ou seja, um tema já bastante discutido e rediscutido em produções anteriores e que nada acrescenta ao que já foi feito.

Quem espera a profundidade, o encantamento e até o estranhamento temático que já se tornaram marcas registradas dos melhores desenhos japoneses certamente irá se decepcionar com a linearidade e a profusão de clichês de “O Mundo Encantado de Gigi”. E quem prefere o estilo ocidental provavelmente também não curtirá o traço duro e pouco inspirado deste lançamento.

O estranhamento, aqui, é muito mais auditivo, com uma trilha sonora tão discrepante que parece ter sido criada para algum outro filme, e mixada por engano nesta cópia.

Para conhecer um Rintaro melhor, a dica é alugar o DVD “Metrópolis”, que o mesmo cineasta realizou em 2001, disponível no Brasil.