“O PREÇO DA VERDADE” DENUNCIA ENVENENAMENTO GLOBAL.

Por Celso Sabadin.

Há duas formas bem distintas de ver “O Preço da Verdade”: cinematograficamente e histórico-socialmente. Cinematograficamente falando, o filme é burocrático, esquemático e convencional até a medula. Por outro lado, a história que ele traz é de prender o espectador na poltrona para aos poucos arrancar-lhe a respiração.

Mark Ruffalo, também produtor do filme, vive a história real de Rob Bilott, um jovem advogado do interior que, para atender ao pedido da avó, aceita se engajar no caso de uma região rural que estaria sendo contaminada pela água poluída por uma poderosa indústria química. Seriam as tais “Dark Waters” do título original, incrivelmente traduzido pela distribuidora como “O Preço da Verdade”.

Aos poucos, porém, Rob percebe que a questão é bem mais séria do que ele poderia supor, comprometendo não apenas o próprio emprego como se envolvendo numa desigual disputa com a gigante multinacional Dupont. E mais: o envenenamento da tal região rural é comprovado (inclusive pela Dupont) como sendo o  atestado de óbito não apenas de quem vive lá perto como também de bilhões (é isso mesmo, bilhões) de consumidores do planeta que utilizam um dos produtos mais presentes nas mesas de todos.  Para mais informações, assista ao filme.

Baseado no artigo do New York Times “The Lawyer Who Became DuPont’s Worst Nightmare”, “O Preço da Verdade” tem direção de Todd Hayes, o mesmo de “Não Estou Lá”, “Longe do Paraíso” e “Velvet Goldmine”, entre outros.