“O PRIMEIRO QUE DISSE” É COMÉDIA ITALIANA LEVE PARA COMEÇAR O ANO DE ALTO ASTRAL.

Chegou a hora do jovem Tommaso (Riccardo Scamarcio) assumir, ao lado do irmão Antonio (Alessando Preziosi), a direção do tradicional pastifício da não menos tradicional família Cantone. Mas o rapaz não se interessa nem um pouco pela fabricação de massas. Ele só quer se mudar para Roma, tornar-se um escritor e viver feliz com o namorado. Decidido a seguir seu sonho, ele pretende contar tudo à família, durante um jantar formal. Sem saber que uma inesperada surpresa, naquele mesmo jantar, mudará totalmente os seus planos.

“O Primeiro que Disse” é uma boa mistura de drama e comédia. Aliás, como as famílias italianas costumam ser. É bastante tênue a linha que divide a trágico e o cômico, principalmente quando o filme (ou a família) é composto por pais, avós, tios, tias, filhos e netos, todos compartilhando o mesmo casarão. O tema de “sempre perseguir o seu sonho” não é exatamente uma novidade, assim como está longe de ser genial a convencional direção do turco Ferzan Ozpetek. Porém, como comédia despretensiosa, o filme funciona. Tem bons momentos de humor, alguns diálogos inspirados e belas locações na região de Lecce, ainda que resvale aqui e ali na malha de clichês que o próprio cinema italiano no decorrer dos anos se preocupou em tecer.

Não é absolutamente necessário ter nascido em família italiana para curtir o humor muito peculiar de “O Primeiro que Disse”. Mas que ajuda, ajuda.