“O RETORNO DE JOHNNY ENGLISH” SE APOIA NO CARISMA DE ATKINSON.

Se o Controle tem o Agente 86, o MI-7 tem Johnny English. O agente mais atrapalhado do Serviço Secreto Britânico está de volta após fazer um razoável sucesso na comédia que levou seu nome, em 2003.

Para justificar esta ausência de 8 anos, os roteiristas criaram a ideia que Johnny English (Rowan Atkinson, o famoso Mr. Bean), após uma desastrada missão na África, foi expulso da inteligência britânica e se isolou num intenso treinamento entre monges tibetanos. Mas agora ele terá de voltar à ativa.

Claro que a história propriamente dita é o que menos importa neste “O Retorno de Johnny English”. O filme vale mesmo pelo carisma de Atinson, que consegue arrancar algumas boas risadas, ainda que atuando num roteiro onde a maioria das piadas é bastante previsível. Mas este é o diferencial de quem tem talento: mesmo sendo fácil antever que acontecerá, o riso acaba sendo inevitável, graças a Atkinson. E provavelmente só a ele.

Sim, existem algumas boas situações. Provavelmente a melhor delas seja o fato do Serviço Secreto Britânico ter sido privatizado, patrocinado por uma multinacional japonesa, e agora se chamar “Toshiba Inteligência Britânica”. Uma deliciosa sátira ao capitalismo excessivo. Mas o restante das gags se apóia mesmo sobre a paródia a 007 (inclusive na trilha sonora) e sobre as peculiaridades do protagonista.

“Johnny English” não é um filme de gargalhadas, mas de sorrisos. Compatível, diga-se, com o humor britânico, mais sutil que o escancarado norte-americano. Talvez o público brasileiro estranhe a ausência de grosserias.

Ah, vale a pena esperar mais um pouquinho durante os créditos finais…