“O SEGUNDO ATO”: SÓ VENDO.
Por Celso Sabadin.
Será mesmo que toda crítica de cinema deve conter uma sinopse do filme? Geralmente eu coloco, mas neste caso vou preferir não. Por mais reduzida que seja, qualquer sinopse de “O Segundo Ato” será um spoiler.
Prefiro dizer que o filme brinca com a metalinguagem cinematográfica através de cinco protagonistas que carregam toda a trama. Sim, a atriz e os quatro atores interpretam uma atriz e quatro atores, mas não necessariamente a si próprios. E isso é o máximo que eu vou dizer sobre a história, pra não estragar suas surpresas.
(Ainda que o simples fato de eu dizer que tem surpresas já estraga algumas surpresas, mas agora já foi).
Sempre provocativo e inquietante, o roteirista e diretor Quentin Dupieux (o mesmo do clássico “Rubber, o Pneu Assassino”) lança mão de várias camadas narrativas, entremeando verdades, mentiras e paraverdades no sentido de manipular ludicamente a linguagem cinematográfica e sua capacidade de ilusionista.
Um jogo, um exercício de estilo, uma brincadeira que se dá ao luxo ainda de urdir com os variados gêneros do cinema para subverter as propostas que estes próprios gêneros amalgamaram.
Só vendo.
No elenco, Léa Seydoux, Vincent Lindon, Louis Garrel, Raphaël Quenard e Manuel Guillot, nomes por si só suficiente para levar o cinéfilo ao cinema, mesmo se não houvesse história nenhuma.
Filme que abriu o Festival de Cannes, “O Segundo Ato” está na programação do Festival Varilux de cinema. Confira em https://variluxcinefrances.com/2024