O SENSÍVEL “A PRIMEIRA MORTE DE JOANA” CHEGA AO CANAL BRASIL.
A página oficial de “A Primeira Morte de Joana” registra que o filme aborda os “questionamentos típicos do início da adolescência”. Sim, os questionamentos de Joana (Letícia Kacperski, ótima) até podem ser típicos, mas o filme, não. Pelo contrário: este segundo longa de Cristiane Oliveira (o primeiro é “Mulher do Pai”) prima pelo frescor narrativo, por um bem-vindo arejamento poético, e pelas sutilezas sonoras e visuais, mantendo-se cinematograficamente distanciado de tipicidades e lugares-comuns.
O roteiro – da própria diretora em parceria com Silvia Lourenço – leva a protagonista a travar contato com a sua primeira vivência de morte, como diz o título: a da sua tia-avó, de quem era bastante próxima. O que mais perturba Joana, porém, não é exatamente a ausência do ente querido, mas a possibilidade da falecida ter saído deste mundo “sem nunca ter namorado”.
Com ternura, sensibilidade e – principalmente – sem pressa, Joana e a amiga Carolina (Isabel Bressane, também ótima) empreendem uma pequena investigação familiar sobre o tema, mergulhadas em um universo dicotômico que potencializa suas duplicidades e descobertas: de um lado, a rígida formação germânica da qual os personagens são vítimas… ops… frutos. E, do outro, um parque eólico transformador que se instala no outro lado da estrada. Mas para alcançar os novos ventos, é preciso cruzar a rodovia.
Completam o elenco Joana Vieira, Lisa Gertum Becker, Rosa Campos Velho, Pedro Nambuco, Roberto Oliveira, Graciela Caputti, e Emílio Speck.
Rodado na região de lagoas do Rio Grande do Sul, com locações nas cidades de Osório e Santo Antônio da Patrulha, “A Primeira Morte de Joana” chega ao Canal Brasil nesta terça=feira, 22 de agosto, após participar de um extenso e vencedor circuito de 40 festivais nacionais e internacionais, nos quais ganhou 11 prêmios.
Quem é a diretora Cristiane Oliveira
Nascida em Porto Alegre, Cristiane Oliveira é diretora do longa “Mulher do Pai” (coprodução Brasil-Uruguai) que teve estreia internacional no Festival de Berlim 2017. O filme participou de mais de 20 festivais e ganhou 20 prêmios. Este seu segundo longa, “A Primeira Morte de Joana” foi o vencedor do Global Vision Award no Festival Cinequest (EUA), e Melhor Filme pelo Júri da Crítica em Gramado, entre outros).
Atualmente Cristiane prepara seu terceiro longa, ATÉ QUE A MÚSICA PARE (coprodução Brasil-Itália), selecionado no Talents Script Station do Festival de Berlim 2021. Ela também é roteirista de desde 2004, quando estreou seu primeiro curta, “Messalina”, vencedor de 13 prêmios em festivais.