“OBLIVION”, IGUAL AO SEU PROTAGONISTA, É BONITO MAS NÃO EMPOLGA.

O visual é deslumbrante. O roteiro, nem tanto. “Oblivion”, escrito e dirigido por Joseph Kosinski (o mesmo da refilmagem de “Tron”), passa a sensação de estarmos vendo uma colcha de retalhos de outras ficções científicas já feitas. Os ambientes brancos e assépticos, por exemplo, remetem a “THX 1138”, enquanto a ambientação da trama no que restou da nossa boa e velha Terra pós-catástrofe nuclear é um dos cânones mais recorrentes do gênero.

Não que o filme seja ruim, mas não chega a ser empolgante. Uma longa e anticinematográfica narração em off inicial (será que Kosinski andou vendo muito filme brasileiro?) já contextualiza preguiçosamente tudo o que acontece e está acontecendo, deixando muito pouco para o espectador descobrir. Espera-se por uma grande ideia de roteiro que nunca chega a acontecer, e na maior parte das mais de duas horas de projeção resta apenas ao espectador se encantar com os efeitos especiais e com o eficiente desenho de produção. Ou com a bela Olga Kurylenko. Tom Cruise parece que não abandonou o personagem que vive há anos em “Missão Impossível” e Morgan Freeman tem aqui seu talento subdimensionado.

A trama, rasa e um pouco confusa, fala dos poucos humanos que permanecen na Terra, como uma espécie de “zeladores” do que restou (lembra “Wall-E”), enquanto a maioria da população remanescente prepara uma imigração em massa para uma das luas de Júpiter.

Dá muita saudades de Phillip K. Dick..!