“OS BELOS DIAS” SATIRIZA A FARSA DA “MELHOR IDADE”.

A sociedade vive nos impondo padrões de comportamento. Até para envelhecer é preciso trilhar caminhos socialmente aceitos. É justamente contra isto que se revolta Caroline (Fanny Ardant), uma mulher recém aposentada, casada, sem problemas financeiros, e que luta pelo seu direito de não fazer absolutamente nada. Nem aulas de cerâmica, nem exercícios patéticos para a terceira idade, muito menos aulas de teatro amador. Caroline quer apenas curtir a vida, tomar bons vinhos (em quantidade) e, quem diria, até aproveitar uma nova paixão.

Esta revolta tardia (melhor que nunca) constrói o tema do divertido e poético “Os Belos Dias”, uma crítica irônica a todos aqueles que chamam o envelhecimento de “melhor idade”. Dirigido com leveza e ternura, “Os Belos Dias” é baseado no romance “Une jeune fille aux cheveux blancs’’ (Uma jovem mulher de cabelos brancos) escrito por Fanny Chesnel, que também coroteirizou o filme, ao lado da diretora Marion Vernoux.

Sem panfletarismos e misturando poesia com bom humor, o filme traz em seu elenco, além da musa francesa Fanny Ardant, o ótimo veterano Patrick Chenais (de “Os Escafandro e a Borboleta”, “Sejam Muito Bem-vindos”) e Laurent Lafitte.