OS DESOLADOS INTERIORES GEOGRÁFICOS E HUMANOS DE “SUÇUARANA”.

Por Celso Sabadin, de Ouro Preto.

Quem conhece a obra dos cineastas mineiros Clarissa Campolina (de “Girimunho”) e Sérgio Borges (“O Céu Sobre os Ombros”) já sabe aproximadamente o que encontrar: um cinema reflexivo, na contramão do clássico, anticonvencional, invariavelmente flertando com o poético e o místico.

Assinado pela dupla, “Suçuarana” é um dos destaques da 20ª Mostra de Cinema de Ouro Preto. E mantém o estilo dos filmes anteriores de seus criadores.

Quem conduz a trama é Dora (Sinara Teles, a Charlene, de “Marte Um”) uma mulher em trânsito pela geografia e pela vida. Acompanhada de um misterioso cachorro, ela percorre espaços e pessoas em busca de um lugar que talvez só exista em sua mitologia familiar. Acaba encontrando acolhimento numa fábrica em ruínas tomada pelos seus ex-empregados. Mas logo percebe que o abandono é o grande propulsor de sua caminhada por uma estrada que talvez não traga destinos.

O site Imdb credita o espanhol Rodrigo Sorogoyen (diretor e também roteirista da ótima produção hispano-francesa “As Bestas”) como corroteirista de “Suçuarana”, ao lado de Clarissa. A informação não conta no site oficial da 20ª Mostra de Cinema de Ouro Preto. Vou tentar levantar exatamente tal autoria.

Selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Chicago,  “Suçuarana” faz parte da programação do 20º CineOP, Mostra de Cinema de Ouro Preto. Acompanhe toda a vasta – e gratuita – programação em https://cineop.com.br