“OS MERCENÁRIOS 3″: DEIXE O BOM SENSO DE LADO E DIVIRTA-SE.

Envelhecer rindo de si mesmo e consciente de suas limitações. Além de ser uma ótima receita de vida, esta também é a eficiente fórmula explorada pela franquia “Os Mercenários”, que chega agora ao seu terceiro capítulo, fiel ao estilo dos dois primeiros.

A história, que não tem a mínima importância e eu nem lembro direito qual é (já que ela é facilmente esquecida logo no primeiro pedaço de pizza que a gente come saindo do cinema) rende novamente um filme muito divertido, com ótimas cenas de ação e momentos de pura diversão diante do desfile de velhos ídolos do “cinema bombado” da Era Reagan.

Além da capacidade dos personagens/atores de fazerem piadas de si próprios (nem a dicção ruim de Stallone escapa de ser ridicularizada), o filme ainda se permite extrair o riso da total inverossimilhança de algumas cenas de ação, que fazem corar até as mais inacreditáveis fugas de James Bond. Afinal, nunca é demais lembrar que o próprio Stallone é um dos corroteiristas do filme, o que garante momentos deliciosamente estapafúrdios.

Tudo isso turbinado pela presença de mais ídolos do cinemão dos anos 80, como Harrison Ford (que entra no lugar de Bruce Willis, que havia pedido 1 milhão de dólares por dia de filmagem), Wesley Snipes, Antonio Bandeiras e – olha só a metalinguagem funcionando – Mel Gibson, que caiu em desgraça com os produtores judeus desde “A Paixão de Cristo”, fazendo justamente o papel de vilão. Só senti falta de Chuck Norris, mas nada é perfeito.

Os pontos baixos de “Os Mercenários 3” são a constrangedora participação de Arnold Schwarzenegger, mais parecido com um boneco de museu de cera, e a fraca estreia de Ronda Rousey, lutadora de MMA, cujo personagem deveria ser o contraponto feminino sensual a este bando de marmanjos, mas não tem carisma nem beleza para tal. Infelizmente, Mila Jovovich recusou o papel.

Deixe o bom senso do lado de fora do cinema e divirta-se!