“OUTUBRO”, REVIVENDO SOFRIMENTOS.

Por Celso Sabadin.

No fundo, é um filme de horror. Hospedada na Avenida Paulista, a atriz carioca Maria Ribeiro resolveu registrar, de maneira íntima e pessoal, a semana que antecedeu às desastrosas eleições presidenciais de 28 de outubro de 2018.
Abalada pelo resultado que naquele momento já se mostrava inevitável, Maria saiu à esmo pela capital paulista, documentando livremente a movimentação das ruas e entrevistando amigos dos mais interessantes, como Marcelo Rubens Paiva, Maria Rita Kehl, Martha Nowill e Xico Sá, entre outros.

Exorcizando seu momento de vida particularmente sensível, a cineasta improvisada traça paralelos emotivos entre a dor coletiva da escalada da intolerância e o lamento individual de sua própria separação matrimonial. O geral e o particular se misturam diante dos tempos escuros que se aproximam.

Com direção conjunta da própria Maria Ribeiro e Loiro Cunha, “Outubro” está disponível no Now, Vivo Play e Oi Play

Saiba mais sobre os diretores:

Maria Ribeiro é atriz, escritora e diretora de cinema. Participou das peças “Confissões de adolescente”, “O inimigo do povo”, “Feliz ano velho” e “Separações”. Atualmente está em temporada virtual com o monólogo “Pós-F”. Como diretora, assina os documentários “Domingos”, sobre Domingos Oliveira, “Esse é só o começo do fim da nossa vida”, sobre a banda Los Hermanos, e “Outubro”, gravado durante as eleições de 2018. No cinema ainda contabiliza sucessos como atriz, incluindo “Como nossos pais” (2017), de Lais Bodansky, pelo qual conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado, além de filmes como “Entre nós”, “Histórias de amor duram apenas 90 minutos”, “Tropa de Elite”, entre outros.
Na televisão, integrou o programa “Saia Justa” (GNT) por quatro anos e teve várias participações em novelas como “Império” e na série “Todas as Mulheres do Mundo” (Globoplay). Em 2021, vai gravar a segunda temporada de “Desalma” (Globoplay).
Apresentou um programa de variedades na plataforma Hysteria (“Tudo”), foi colunista do jornal O Globo e atualmente escreve na revista Veja Rio. Maria lançou três livros: “Trinta e Oito e Meio”, “Tudo que eu sempre quis dizer, mas só consegui escrevendo” e “Crônicas para ler em qualquer lugar”. Nos últimos anos, esteve em turnê com o projeto Você é o que lê, com Xico Sá e Gregório Duvivier.

Loiro Cunha é diretor e fotógrafo. Trabalhou em estúdios de nomeados fotógrafos como Robert Yeoman, ganhador do Oscar em 2015. Migrou para o cinema em 2010. Dirigindo clipes, fez co-direção de fotografia do filme Cine Marrocos do diretor Ricardo Calil (vencedor do festival É tudo Verdade 2019). Fotografa e dirige documentários para o Instituto “A gente transforma”, de Marcelo Rosembaun, e colabora para diretores como Beto Brant, Lirio Ferreira e atores como Daniel de Oliveira e Julio Andrade. Exposições: SP-Arte, MIS, SP foto.