“PARA SEMPRE ALICE” NA ZONA DE CONFORTO.

Por Celso Sabadin

É provavelmente um dos filmes mais convencionais já exibidos nos últimos anos. E está sendo elogiado por todos os lugares por onde passa. Nem é preciso ver o pôster de “Para Sempre Alice” para que o espectador trace, em sua mente, tudo o que vai acontecer no início, no meio e no final do filme, sem sustos, nem surpresas ou sobressaltos. Talvez seja exatamente isto que o público médio esteja procurando, numa época em que os sustos, surpresas e sobressaltos não estão mais na ficção, mas sim na realidade: a zona de conforto de uma narrativa clássica e tradicional.

A partir do livro de Lisa Genova, os diretores Richard GlatzerWash Westmoreland fizeram uma opção cinematográfica (que se mostrou pelo menos mercadologicamente acertada) de tornar o filme o mais simples e linear possível para que se sobressaísse o brilho e o talento de Juliane Moore. Que, claro, agarra a oportunidade e brilha como sempre brilhou. O resultado? Praticamente todos os prêmios de interpretação feminina do ano foram para ela, em mais uma prova inequívoca que os júris, as academias e, claro, o público, adora uma boa doença na tela grande.

A história, ah, sim, existe uma: a Dra. Alice Howland (Julianne Moore), ironicamente professora de linguística, se percebe com sintomas de Alzheimer.