“PIRATAS DO CARIBE: NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS” VALE PELA BRINCADEIRA.

Corre pelo Velho Mundo o boato que o famoso pirata Jack Sparrow estaria arregimentando homens para uma grande aventura pelos mares. Mas nem o próprio Sparrow (Johnny Depp) sabe disso, e resolve investigar. “Se falam tanto, deve ser verdade”, ele diz. Quem seria o impostor que se faz passar por Jack Sparrow? E qual seria o mistério desta nova grande aventura?

No melhor estilo Indiana Jones, o quarto filme da franquia “Piratas do Caribe” corre agora em busca da lendária Fonte da Juventude, que teria sido descoberta pelo aventureiro Ponce de Leon. Um lugar mágico e místico perseguido não só por Sparrow como também pela real armada inglesa e pela destemida marinha espanhola (que rende, ao final do filme, uma ferina crítica contra a Igreja Católica). Quem encontrar a Fonte teria a promessa da vida eterna. Mas não sem antes cruzar com uma série de armadilhas pelo caminho. E, dentre elas, a cena das sereias já pode ser considera antológica.

“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas” lembra aquela musiquinha cantada pela torcida do Corinthians: “não para, não para, não para”. O filme é ação, corre-corre, lutas, duelos e aventura do começo ao fim. A rala trama parece apenas um pretexto para o alinhavo de uma cena de ação atrás da outra. Há momentos em que se esquece até por que eles estão brigando. Disso, os fãs do chamado “cinema-montanha russa” não terão do que reclamar. Mesmo porque, tecnicamente, o filme é irrepreensível, exibindo desenho de produção, fotografia e montagem acima da média.

Porém, assim como também acontece no time do Corinthians, nem sempre a simples correria desenfreada traz resultados satisfatórios. Faltou aliar este cinema de aventura a uma história um pouco mais consistente, ou pelo menos um pouco mais surpreendente. Claro, há bastante humor (parte dele em bons diálogos intraduzíveis), Johnny Depp continua em plena forma, Penélope Cruz (grávida durante as filmagens) e Geoffrey Rush roubam a cena, as locações no Havaí são belíssimas, mas falta aquele fator indispensável para criar um ótimo filme: um ótimo roteiro, ingrediente em extinção em Hollywood.

Por outro lado, não se pode exigir demais. Afinal, “Piratas do Caribe”, todos se lembram, é um filme cuja inspiração nasceu de um brinquedo da Disney. Foi um desafio tão grande quanto filmar, por exemplo “Banco Imobiliário” ou “Pega Varetas”. E mesmo assim se transformou numa das franquias mais bem sucedidas, comercialmente falando, do cinema.

Vale pela brincadeira.