“PLANETA 51″ DIVERTE TODA A FAMÍLIA.

Se, antes de assistir “Planeta 51”, alguém te dissesse que o desenho é espanhol, provavelmente você nem o veria. E, se depois de assistir “Planeta 51”, alguém te dissesse que o desenho é espanhol, provavelmente você não acreditaria.
Num mundo de globalização da tecnologia e de softwares cada vez mais acessíveis, vai ficando cada vez menor a diferença técnica que separa, digamos, uma DreamWorks de uma Ilion Animation. Quem? Ilion. Guarde este nome. Trata-se de um estúdio espanhol de animação que estreia com o pé direito no delicioso “Planeta 51”, desenho animado de longa-metragem que não fica devendo nada aos maiores do gênero.

Em parceria com a produtora britânica Hand Made, e capital da também espanhola Antena 3 (uma das co-produtoras de “Vicky Cristina Barcelona”), a Ilion acertou em cheio ao produzir o divertido roteiro de Jeo Stillman (também co-roteirista de “Shrek” 1 e 2) sobre uma invasão alienígena. A diferença aqui é que os alienígenas somos nós.
O Planeta 51 do título é muito parecido com a Terra dos anos 50, onde proliferavam as lanchonetes para a juventude, a pré-história do Rock´n´Roll, e um grande desconhecimento do espaço sideral, o que acabava povoando o imaginário coletivo com assustadores filmes de ficção científica sobre ataques aliens. A população do planetinha vive em paz, até que uma nave espacial pousa por ali. E de dentro dela sai um terrível, horripilante e assustador… humano! A partir daí o filme se desenvolve num excelente ritmo de ação e comédia, com direito a um humor inteligente, sem apelações, repleto de referências hilariantes para o público adulto e situações encantadoras para as crianças. O astronauta Chuck Baker, o sabichão de bom coração, já pode entrar para a galeria dos clássicos, como uma versão “carne-e-osso” de Buzz Lightyear. E Rover não deixa de ser uma versão robótico-canina de Wall-E.

É notável também a maneira pela qual os diretores conseguem, rapidamente, criar uma forte empatia da plateia com a grande maioria dos personagens. Com destaque para um divertido ativista pacifista cantor/compositor no estilo Bob Dylan.

Espertamente de olho no mercado internacional, “Planeta 51” é dublado por um ótimo elenco de atores de língua inglesa (incluindo Jessica Biel, Dwayne Johnson, Gary Oldman, John Cleese e vários outros), ainda que no Brasil os cinemas só exibirão cópias em Português. Nada contra. Mesmo porque a distribuidora brasileira teve o bom senso de contratar ótimos dubladores profissionais, e não um punhado de famosos de plantão, como tem acontecido em outras animações.

Vida longa e próspera para Chuck Baker e sua turma!