“PLANO DE APOSENTADORIA”: UMA MONTAGEM QUE DESMONTA O FILME.

Por Rafael G. Bonesi.

Na mais nova “comédia de ação” que chega aos cinemas, “Plano de Aposentadoria”, protagonizada por Nicolas Cage e dirigida por Tim Brown, conhecemos um casal tentando sair da perigosa vida do crime. Porém, nesta tentativa, ambos colocam a família em mais perigo ainda, e são obrigados a recorrer ao avô, um ex-militar treinado para matar (Nicolas Cage) para proteção. Apesar da premissa interessante e curiosa, o filme falha no que se propõe, sem executar corretamente nem a comédia, nem a ação.

Mostrando ser um verdadeiro deslize sem fim, “Plano de Aposentadoria” tenta trazer momentos de tensão e ação, mas a montagem desconhece qualquer noção de ritmo e destrói qualquer possível emoção que poderia construir. Ainda que não exista muito o que destruir. Essa questão da montagem é o ponto fatal da obra: sem saber onde cortar para o impacto de um movimento ou o tempo de uma piada, ela acaba por perder todas as próprias deixas, tornando o longa arrastado e entediante.

As atuações mal valem ser mencionadas. Todos os atores parecem estar trabalhando com o mínimo de esforço possível. O único personagem interessante é um dos capangas chamado Bobo (o veterano Ron Perlman) que, após sequestrar a neta do protagonista, começa a criar uma relação com ela, tentando estabelecer uma metáfora com a peça Otelo, de Shakespeare, e causando apenas uma confusão desconfortável que é descartada no começo do ato final.

Sem um enredo sólido ou qualquer direção eficiente, “Plano de Aposentadoria” apenas não é esquecível pelas risadas causadas no público através dos erros que o filme realiza. Uma obra preguiçosa, risível e de aparência amadora.