“PLANO DE FUGA” ENTRETÉM COM VIOLÊNCIA E SEM PRETENSÂO.

Mel Gibson volta fazer o que sabe: filmes de ação policial. Aqui ele é o Gringo do título original, um assaltante que logo na primeira cena aparece em fuga desesperada à beira da fronteira EUA/México. Numa ação radical, ele até consegue quebrar o infame muro que separa os dois países, mas é imediatamente preso do México. É ali que ele vai parar em “El Pueblito”, uma prisão perto da qual o Carandiru é um parque de diversões. Trata-se de um aglomerado de quarteirões onde estranhamente criminosos e civis convivem violentamente sob a lei do “quem pode mais chora menos”. O Gringo vai ter de estudar detalhadamente o lugar para compreender sua hierarquia de poder e suas muito peculiares regras de sobrevivência.

Quem estiver disposto a comprar a ideia que um fígado possa ser retirado e recolocado facilmente na mesma pessoa, sem maiores complicações, pode curtir o filme. “Plano de Fuga” não esconde sua proposta de entretenimento sem grandes pretensões, e sob este aspecto é eficiente em sua realização. O diretor estreante Adrian Grunberg demonstra talento em prender a atenção da plateia, não economiza sangue nas cenas mais violentas e tem estilo gráfico-visual ao valorizar cores saturadas, texturas e um certo ar documental nos movimentos de câmera.

De quebra, não perdoa nem americanos nem mexicanos quando o assunto é corrupção, e tampouco esconde uma certa inspiração “Guy Ritcheana” em sua formatação. Divertido.