PREMIADO RUSSO “O TERREMOTO DE SPITAK” CHEGA AO VOD.

Por Celso Sabadin.

O nome pode confundir. “O Terremoto de Spitak” não é exatamente um filme sobre um terremoto, mas sim sobre o que acontece depois dele. Ou seja, fãs de ação e efeitos especiais  poderão se decepcionar pela falta de prédios desabando ou de outras cenas espetaculosas daquelas típicas do cinemão comercial norte-americano. Por outro lado, os apreciadores de um bom drama humano poderão se surpreender (muito) positivamente com esta produção de 2018 que não chegou a estrear nos cinemas brasileiros e que chega diretamente ao VOD através da plataforma Cinema Virtual.

O longa é ambientado em 1988, quando um dos terremotos mais devastadores da história atingiu a Armênia, deixando 25 mil mortos e mais de meio milhão de desabrigados. É neste contexto de destruição que Gor (Lernik Harutyunyan) sai de Moscou e vai por conta própria, sem nenhum tipo de apoio oficial, procurar a ex-esposa e a filha, que moram na região atingida. É sobre esta busca solitária e desesperada que “O Terremoto de Spitak” se desenvolve. Com alta tensão emotiva, mas sem jamais esbarrar no sentimentalismo fácil, o filme cria situações dramáticas e dramatúrgicas bem construídas e resolvidas pela roteirista  Marina Sochinskaya, neste que é seu primeiro trabalho para cinema.

E ainda há espaço para a crítica política: quando uma fotógrafa francesa diz que foi salva por um homem armênio, um oficial russo lhe diz: “Aqui todos os armênios são russos”, um comentário ácido sobre as relações conturbadas entre os dois países.

Coproduzido exatamente por Rússia e Armênia, “O Terremoto de Spitak”ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de moscou. O acesso é pelo site www.cinemavirtual.com.br