“PRIMEIRO ANO”, ÁGIL E INQUIETANTE COMO A JUVENTUDE QUE RETRATA.

Por Celso Sabadin.
 
Simples, direto, convencional, de narrativa super clássica… mas irresistível. Assim pode ser definido o filme “Primeiro Ano”, uma inquietante análise da quase insuportável tensão que domina os jovens na época de vestibular. Ou de qualquer exame de importância similar.
 
É virtualmente impossível ficar indiferente à relação de amor e ódio, de construção e destruição, que se estabelece entre os protagonistas. De um lado, Antoine (Vincent Lacoste, de “Conquistar, Amar e Viver”) está em sua terceira tentativa na briga pela continuidade do curso de Medicina. Do outro, Benjamin (William Lebghil) é o novato recém-saído do ensino médio. São personalidades diferentes (quando não opostas), de histórias de vida diferentes, que se vêm repentinamente na condição de cruéis competidores. E mesmo assim, talvez, de grandes amigos. Talvez.
 
A direção objetiva de Thomas Lilti (o mesmo de “Insubstituível”) faz a boa opção de apostar suas fichas na agilidade do ritmo, no roteiro redondinho (também de Lilti) e principalmente na convincente atuação dos jovens. Evita maneirismos, vai sempre direto ao ponto, e conquista assim o interesse da principal plateia à qual se destina: a própria juventude que se vê claramente representada na obra.
 
Com belas locações em Paris, “Primeiro Ano” rendeu a William Lebghil uma indicação a César de ator mais promissor.