“QUANDO HITLER ROUBOU O COELHO COR-DE-ROSA”, ANTIFA PARA O PÚBLICO JOVEM. 

Por Celso Sabadin.

É incrível como o nome Hitler nunca sai da mídia. Nos últimos anos, com o retorno mundial do execrável pensamento nazi-fascista, a situação piorou ainda mais. Neste panorama, chega aos cinemas (e, breve, às plataformas digitais) o filme “Quando Hitler roubou o coelho cor-de-rosa”, baseado no livro de Judith Kerr (falecida em 2019) que agora em 2021 comemora 50 anos de publicação.

Com direção da alemã Caroline Link, vencedora do Oscar de filme estrangeiro em 2003 por “Lugar nenhum na África”, o filme é centrado na garota Anna (esteia no cinema de Riva Krymalowski), de nove anos, que junto com sua família é forçada a emigrar para a Suíça, assim que Hitler assume o poder na Alemanha, em 1933. Motivo: Max (Marinus Hohmann), o pai de Anna, é um famoso jornalista antinazista, e com certeza sofrerá as perseguições do novo governo. A fuga é necessária e urgente, mas não será nada fácil.

A violência da perseguição política escancara a dor da perda compulsória das tradições, das memórias de infância, dos laços culturais e familiares que sempre se dilaceram em tempos de intolerância.

Coproduzido por Alemanha, Itália e Suíça, “Quando Hitler roubou o coelho cor-de-rosa” se equilibra na fina e delicada linha que separa o chamado filme-família do drama de guerra. Se, por um lado, a trama foi concebida originalmente para ser uma obra infanto-juvenil, por outro ela trata de um tema que é necessário ser desenvolvido com a devida seriedade. Principalmente nos tempos atuais.

Neste sentido, o resultado final é inevitavelmente mediano, na medida em que nivela sua dramaturgia para um público mais amplo, ao mesmo tempo em que é hábil na construção da narrativa de denúncia filtrada pelos olhos da protagonista infantil.

Vale conferir. Nem que seja como exemplo do que não podemos mais permitir que aconteça… embora estejamos permitindo.