REFERÊNCIAS PARA SEMPRE EM “ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD”

por Teo Sabadin.

Estreou na última quinta-feira, 15/08, o nono filme de Quentin Tarantino “Era uma vez em Hollywood”. No longa, Leonardo DiCaprio interpreta Rick Dalton, astro de TV em Los Angeles que, aflito com a possibilidade de perder o prestigio e sucesso, tenta manter seu reconhecimento na Hollywood de 1969, sempre acompanhado de seu dublê Cliff Booth, interpretado por Brad Pitt. O filme cria um paralelo com os assassinatos cometidos na época por Charles Manson, entre eles o de Sharon Tate (Margot Robbie) que está grávida do vizinho de Dalton, o diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha).

Apesar do grande elenco, os personagens principais pouco são desenvolvidos. Apresentando personalidades rasas e supérfluas, são exatamente o que se espera que sejam. Tive a impressão de que todos estavam muito ocupados dirigindo por Los Angeles para desenvolverem personalidades sólidas. Essa despreocupação deixou a história enfraquecida, fazendo-a não parecer tão real quanto seu potencial a permitiria. Quanto à dupla condutora do filme, não foi Brad Pitt quem roubou os holofotes de DiCaprio, mas sim Julia Butters que, com 10 anos de idade, mantém uma atuação firme e consciente. Em entrevista, Leonardo DiCaprio compara a atriz à “jovem Meryl Streep” e não é para menos: Julia Butters está impecável.

A participação de Al Pacino me pareceu apenas um elemento de vendas, é um grande ator desperdiçado em um papel que não acompanha suas proporções, mesmo como homenagem. Já a estética e ambientação de época foram bem trabalhadas no filme, tanto as cores do quadro quanto os movimentos de câmera, conseguem transportar quem assiste ao momento da cena.

Os fãs do diretor podem ficar tranquilos, “Era uma vez em Hollywood” conta com bastante sangue, violência gratuita, piadinhas não muito boas e 1969 referências espalhadas pelo filme.