“SAYO”, A DOR DO LUTO. 

Por Celso Sabadin.

A sensibilidade e o misticismo do Oriente são os principais atributos de “Sayo”, um dos longas em destaque na programação do 13º CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico.

Um flashback captado em bitola doméstica nos contextualiza que Nagisa (a parisiense de origem nipônica Nagisa Chauveau) vive o sofrimento da perda de Sayo, sua irmã gêmea, morta há dois anos. O maior arrependimento da protagonista é jamais ter respondido às várias cartas que a irmã lhe escreveu, o que potencializa sua dor com o amargo tempero da culpa.

Explorando os limites de seu martírio, Nagisa é misticamente transportada para uma outra dimensão, uma espécie de limbo por onde as almas vagueiam, mas sem perder as conexões com o terreno. Sua esperança é reencontrar a irmã pela última vez, e fazer as pazes com sua própria consciência para poder se reconectar com o presente.

Mesclando as percepções da realidade com a linguagem dos sonhos, o roteirista e diretor canadense Jeremy Rubier faz sua estreia no longa-metragem apostando no intimismo e na reflexão. A viagem interior de Nagisa esbarra em medos e aspirações transcendentais, e inspira-se em uma profusão de simbolismos míticos e místicos que tangenciam o religioso. É nesta re-ligiosidade, ou seja, nesta re-ligação com o passado e a lembrança da irmã que “Sayo” procura a estrada da redenção de Nagisa.

Os dias, locais e horários de exibição de “Sayo” e de todos os demais filmes do13º CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico podem ser consultados em www. cinefantasy.com.br