“SCOOP” É UM WOODY ALLEN APENAS SIMPÁTICO

Não é possível ser genial todos os dias. Depois do excelente “Match Point – Ponto Final”, Woody Allen realiza o mediano “Scoop – O Grande Furo”, uma comédia apenas simpática que seguramente não entrará para a galeria dos grandes filmes do cineasta.
A trama até que começa bem, contando a história de Joe Strombel (Ian McShane, do seriado “Deadwood”), um prestigiado jornalista que morre prematuramente. A caminho do “descanso eterno” (não fica claro se será no Céu ou no Inferno), Joe navega num barco comandado pela própria figura da Morte (novamente inspirada em ”O Sétimo Selo”, de Bergman, como Allen já havia feito em “Desconstruindo Harry”) e fica sabendo de um grande furo de reportagem (“scoop”, em inglês). Através de uma passageira do mesmo barco – portanto, também morta – o jornalista recebe a informação que o famoso serial killer que está sendo procurado em toda a Inglaterra na realidade é o milionário aristocrata Peter Lyman (Hugh Jackman). Se comprovado, o fato cairia como uma bomba na sociedade inglesa, mas como uma pessoa que já morreu pode passar uma informação para o mundo dos vivos?
A partir desta ótima idéia inicial, o filme perde em ritmo e criatividade ao tentar fazer de uma jovem jornalista (Scarlett Johansson) e um mágico decadente (Woody Allen) um casal de investigadores atrapalhados que tentarão solucionar o caso. Alguns diálogos interessantes conseguem manter um razoável tempero cômico até o fim da trama, mas nada que adicione muita coisa à carreira de Allen. De qualquer forma, um Woody Allen mediano já é melhor que a maioria das comédias que o nosso circuito comercial vem exibindo ultimamente.
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Scoop – O Grande Furo (Scoop). EUA, Inglaterra, 2006. Direção e roteiro de Woody Allen. Com Scarlett Johansson, Hugh Jackman, Ian McShane, Woody Allen. Distribuição California.