SEM BAIXARIAS, “O HOMEM DO FUTURO” É PROGRAMA PARA TODA A FAMÍLIA.

O grande ator Paulo José afirmou certa vez que “o Brasil faz o melhor cinema brasileiro do mundo”. E de alguns anos para cá, acrescentaria eu, o país começa também a fazer cinema americano. Explicando: o filão de sucesso comercial descoberto pelo primeiro “Se Eu Fosse Você” abriu para o cinema brasileiro o caminho de produzir filmes muito parecidos, quase idênticos, àqueles que a indústria de cinema dos EUA já faz há décadas. “O Homem do Futuro” seria a quarta produção desta safra/tendência, vindo logo depois de “Se Eu Fosse Você” 1 e 2, e de “A Mulher Invisível”. Sem entrar neste momento em juízo de valor desta prática. É apenas uma constatação.

A ideia seria a de tomar emprestados todas as fórmulas e padrões desenvolvidos pelas comédias americanas que nos acostumamos a ver na Sessão da Tarde e refazê-las com grandes atores brasileiros reconhecidos pelo grande público. Da mesma forma que “Se eu Fosse Você” e “A Mulher Invisível” são amálgamas de várias ideias e situações já experimentadas anteriormente em outros filmes americanos, da mesma maneira “O Homem do Futuro” é um imenso caldeirão onde se cozinham juntos “De Volta para o Futuro”, “Peggy Sue Seu Passado a Espera”, “Um Homem de Família” e tantos outros.

Não é exatamente um demérito. “O Homem do Futuro” tem produção caprichada, bom ritmo de comédia romântica, e ostenta dignamente o enorme talento de Wagner Moura, nome que divide com Selton Mello e Rodrigo Santoro o podium atual de grandes atores brasileiros que sabem mesclar talento e popularidade. Sem tirar o brilho de Alinne Moraes, uma presença marcante e bem-vinda n filme.

“O Homem do Futuro” acerta ao admitir suas próprias limitações no sempre muito exigido quesito dos efeitos especiais, e cria para isso soluções simples e eficientes. E, principalmente, tem o grande mérito de produzir um humor digno, inteligente, divertido, sem o constrangimento de muitas das atuais “globochanchadas”. O filme pode, sossegadamente, ser curtido por toda a família.

O roteiro fala de um cientista que… ah, esqueci! Todos já viram “De Volta para o Futuro”, “Peggy Sue Seu Passado a Espera” e “Um Homem de Família”… não é preciso repetir…