SENSIBILIDADE DA DIREÇÃO SE DESTACA NA ESTREIA “SEM SEU SANGUE”.

Por Celso Sabadin.

Há toda uma nova geração de cineastas brasileiros apostando em filmes de terror. Com muito entusiasmo e sangue novo (sem trocadilho), estes roteiristas, diretores e diretoras defendem um horror brasileiro que procure caminhos alternativos aos clichês já desgastados pelo mainstream importado. Os resultados são irregulares, mas a proposta é estimulante.

Alice Furtado é uma das mais recentes cineastas desta tendência. Sua estreia no longa metragem é “Sem Seu Sangue”, obra que busca um delicado equilíbrio entre histórias de zumbi e a descoberta do amor. A protagonista é Silvia (Luiza Kosovski, convicente), uma adolescente que se apaixona pelo colega de classe Artur (Juan Paiva). Junto com o primeiro grande amor, porém, também surge a primeira grande perda, o que fará a garota buscar soluções radicais para a sua dor.

Coproduzido por Brasil, França e Holanda, “Sem Seu Sangue” coleciona acertos e deslizes, situando-se na segunda categoria um bom punhado de desnecessárias narrações em off (conhecidíssima muleta do cinema brasileiro) e na primeira a grande sensibilidade e a poética sobriedade da direção, que se situa qualitativamente alguns degraus acima do roteiro.

O filme estreia nos cinemas nesta quinta-feira (o8/10) no Rio de Janeiro e Fortaleza, e uma semana depois em Manaus, cidades que já estão com salas abertas e confirmadas. Exibido na Quinzena dos Realizadores do 72º Festival de Cannes, 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e no Festival Internacional de Cinema do Rio, após a exibição dos cinemas, será lançado na Netflix. O ótimo elenco é completado por Digão Ribeiro, Silvia Buarque, Lourenço Mutarelli, Ismar Tirelli Neto, Valentina Luz e Nahuel Perez Biscayart.