SENSÍVEL “AFTERIMAGE”, ÚLTIMO FILME DE WAJDA, DISPONÍVEL EM VOD.

Por Celso Sabadin.

Com a morte de Lênin e a subida de Stalin ao poder, a partir de 1924, o sonho do Comunismo começa a se transformar em pesadelo. Autoritário, o novo líder da então União Soviética reprime as liberdades individuais para implantar a Revolução a qualquer custo. É o início do fim da utopia.

É neste contexto que o artista plástico da vanguarda polonesa Wladyslaw Strzeminski (Boguslaw Linda) é impedido pelo Estado de ser vanguardista. E, consequentemente, artista. Se na gestão de Stalin a arte precisa – obrigatoriamente – servir aos interesses do governo, ela imediatamente deixa de ser arte. É sobre este absurdo da obrigatoriedade do direcionamento político da arte que “Afterimage” se debruça.

De narrativa clássica e linear, “Afterimage” foi o último filme de Andrej Wajda, um dos maiores cineastas poloneses de todos os tempos, falecido em outubro de 2016, autor de obras como “O Homem de Mármore”, “Sem Anestesia”, “O Homem de Ferro” e “Danton”, entre outros, presenças obrigatórias nas grandes premiações cinematográficas dos anos 70 e 80. Aqui, Wajda aborda novamente alguns de seus temas mais recorrentes, como o embate das liberdades individuais contra as intolerâncias e autoritarismos de todos os tipos. Tema, aliás, que parece jamais sair do cotidiano da História.

Com roteiro de Andrzej Mularczyk, “Afterimagem” traz, pelo menos, uma cena que já pode ser considerada antológica: a tela do artista que se torna vermelha antes mesmo dele encostar o pincel nela. E a imediata revelação simbólica do inferno que aquilo se transformará dali por diante. Cinema em estado puro.

 

DISPONÍVEL EM:

NOW (R$11,90) / VIVO PLAY (R$ 11,90)
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