SIMPÁTICO, “O ENIGMA CHINÊS” FECHA TRILOGIA DE CÉDRIC KAPLISH.

Depois de “Albergue Espanhol” (2002) e “Bonecas Russas”, (2005), o personagem Xavier (sempre bem interpretado por Romain Duris) chega aos 40 anos, o que deveria lhe render uma certa maturidade. Não rende. É isso que mostra a comédia-romântico-dramática “O Enigma Chinês”, supostamente o filme que deverá fechar esta trilogia escrita e dirigida por Cédric Kaplish. “Supostamente” porque no mundo do cinema a continuidade ou não deste tipo de projeto sempre depende das respostas das bilheterias, onde trilogias são facilmente transformadas em tetralogias.

De qualquer maneira, em “O Enigma Chinês” Xavier continua com sua vida romântica bastante confusa. Principalmente depois que Wendy (Kelly Reily), a mãe de seus dois filhos, decide se mudar para Nova York, obviamente levando as crianças junto. Ele decide então se mudar para os EUA mas, com pouco dinheiro, hospeda-se no apartamento de suas amigas lésbicas, ao mesmo tempo em que busca um casamento de fachada para
obter a cidadania americana. Para piorar um pouco mais suas confusões internas, Xavier tem recaídas sexuais com um de seus ex-casos, Martine, vivida por Audrey Tatou.

Coproduzido por França, Bélgica e Estados Unidos, “O Enigma Chinês” é simpático e divertido, mas abusa no direito de utilizar os mais conhecidos clichês das comédias românticas. Busca ser moderninho e descolado, equaliza bem o romance com o drama, e consegue criar empatia com o protagonista, ainda que careça de criatividade e peque bastante no quesito conteúdo.
Vale, porém, como entretenimento descompromissado.