“SIN CITY 2: A DAMA FATAL” NÃO CONSEGUE ESCONDER SEU SABOR REQUENTADO.

A notícia pode ser boa ou ruim, dependendo do ponto de vista: “Sin City 2” é muito, muito parecido com o primeiro. Ou seja, quem gostou do primeiro vai curtir o segundo. E, quem não gostou não será desta vez que vai se render os encantos do trabalho escrito e dirigido por Frank Miller e Robert Rodriguez. E com um agravante: desta vez, não existe mais o fator novidade.

Temos aqui novamente a estrutura de histórias que se entrelaçam. Agora, a dançarina de boate Nancy Callahan (Jessica Alba), amargurada, cultiva silenciosamente a vingança que pretende fazer contra o Senador Roark (Powers Boothe), responsável pela morte de John Hartigan (Bruce Willis). Ao mesmo tempo, o poderoso político é humilhado pelo jovem e intrépido Johnny (Joseph-Gordon Levitt) durante um jogo de cartas que custará a ambos muito mais que dinheiro. Enquanto isso, o embrutecido Dwight (Josh Brolin) não consegue se desvencilhar da paixão enlouquecida e destrutiva que sente pela bela e enigmática Ava (Eva Green), por quem já foi traído várias vezes. Perturbados, à margem da lei e à beira da loucura, estes e outros personagens gravitam em torno da gótica Sin City, a cidade do pecado, controlada com mão de ferro pela bela Gail (Rosario Dawson) e sua violenta gang.
A ideia é a mesma do primeiro filme, de 2005: reproduzir, na tela, o estilo visual e narrativo das graphic novels de Frank Miller, que por sua vez são inspiradas nos film noir americanos dos anos 40. É uma espécie de releitura da releitura.
O clima de decadência, mistério e suspense é bem criado e os personagens são bem construídos, mas é difícil esconder o sabor requentado do filme.

O visual é deslumbrante e atrativo nos primeiros instantes, mas na medida em que a projeção avança para longos 124 minutos, ele perde gradativamente o interesse, já que não chega a ser sustentado por tramas verdadeiramente intrigantes e/ou impactantes.
Ou seja, a capa é melhor que o livro, mas quanto tempo dá para ficar lendo uma capa?