“SOB A MESMA LUA”: O CINEMA EMOTIVO E ESQUEMÁTICO VINDO DO MÉXICO.

Sem medo de ser sentimental, o drama “Sob a Mesma Lua” carrega fortes traços da famosa tradição melodramática mexicana. E tem todos os elementos para isso: filho procurando mãe, imigrantes buscando uma vida melhor, injustiças e redenções. Às vezes com um tempero exagerado, como convém à culinária (e à cinematografia) vinda do México.

A trama mostra o pequeno Carlitos e sua mãe, Rosário, separados por alguns quilômetros, mas vivendo um gigantesco abismo cultural e sentimental: o garoto está no México e a mãe em Los Angeles, em busca do famoso sonho americano de uma vida melhor. Porém, a que custo? O menino, de apenas 9 anos, está sem ver Rosário há quatro anos. Praticamente metade de sua vida. Só lhes resta o consolo de um telefonema semanal, sempre aos domingos. Não, não há skype, celulares, nem webcam. A imensa saudade faz então com que Carlitos tome uma atitude radical: atravessar a fronteira sozinho, munido apenas de um punhado de dólares e o endereço da mãe escrito num pedaço de envelope. Quase que simultaneamente, Rosário também toma uma decisão: retornar ao México.
Agora, mãe, filho, roteirista do filme (Ligiah Villalobos) e diretora (Patrícia Riggen) têm o tempo cinematográfico de apenas uma semana para que seus destinos se cruzem ou se desencontrem. Com direto a várias aventuras pelo caminho.

Embora competente, “Sob a Mesma Lua” é um filme esquemático para agradar ao grande público. Principalmente o latino. Uma criança, com apenas uma carta na mão, cruzando o país à procura da mãe, tem um sabor incontestável de “Central do Brasil”. A alternância de momentos cômicos e dramáticos também é um recurso de roteiro especialmente estudado para agradar. Co-produzido por México e EUA, o filme traz, do seu parceiro latino, a dramaticidade melodramática típica do tema. E importa do parceiro hollywoodiano o acabamento técnico preciso e as fórmulas prontas da busca pelo sucesso.