STALLONE MERECIA MUITO MAIS QUE O FRAQUINHO “CREED”.

Por Celso Sabadin.

Em 1976 o prêmio Oscar cometeu duas das mais gritantes injustiças de sua longa carreira de lambanças, premiando como Melhor Filme o caretíssimo “Rocky” (batendo o clássico “Taxi Driver”), e seu diretor John G. Avildsen (Scorsese sequer foi indicado). Sabendo como o mercado adora efemérides, os executivos de cinema não dormiram no ponto, e prepararam para este 2016, nada menos que 40 anos depois, mais um produto requentado visando única e exclusivamente o lucro fácil: “Creed”, que aqui no Brasil ganha o subtítulo “Nascido para Lutar”.

É triste ver a que os produtores se sujeitam para encher seus cofres. Tudo bem que “Rocky” não mudou nem mudará os rumos do cinema, mas era uma franquia de respeito, simpática, gostosa de curtir sem compromisso e carismática. Ela não merecia este roteiro tosco, pobre e previsível, dirigido com preguiça e sem nenhuma criatividade por Ryan Coogler, o mesmo do superestimado “Fruitvalle Station – A Última Parada”.

A historinha foca Adonis Johnson (Michael B. Jordan, sem carisma nem pegada para o papel), filho ilegítimo de Apollo Creed, personagem-chave dos primeiros filmes da franquia, vivido por Carl Weathers (que continua na ativa como ator). Criado em orfanatos, Adonis sabe que tem sangue de campeão nas veias, e para se desenvolver na carreira ele procura a ajuda do bom e velho Rocky Balboa (Stallone, claro!).

É bom ver Stallone. É bom vê-lo ganhando prêmios de coadjuvante por “Creed”. Tudo isso mexe com a memória afetiva dos cinéfilos dos anos 70 e 80. Mas tanto Stallone quanto a franquia mereciam coisa melhor, bem melhor que este patético caça-níqueis nascido apenas para faturar