“TÁ DANDO ONDA” CRITICA A COMPETITIVIDADE E VALORIZA O PRAZER

Não é Disney. Não é Pixar. Não é a turma da Fox que fez “A Era do Gelo”, nem a DreamWorks do “Shrek”. O desenho animado “Tá Dando Onda” é a nova aposta da Sony (ex-Columbia Pictures) no milionário segmento da animação em longa metragem. Uma aposta que tem tudo para dar certo: o desenho é dos mais divertidos e traz um padrão de qualidade que não fica devendo nada aos maiores estúdios mundiais do gênero. E não por acaso, já que seus diretores vieram das campeãs Disney e Pixar: Ash Brannon foi co-diretor de “Toy Story 2” e Chris Buck co-dirigiu “Tarzan”.

O ponto inicial da trama é criar uma brincadeira sobre o premiado “A Marcha dos Pingüins”. Ainda que “Happy Feet”, da Warner, já tenha saído na frente com esta idéia, o roteiro de “Tá Dando Onda” propõe de fato a realização de um documentário cujo tema principal seria a figura de Cadu (Cody, no original) Maverick, um jovem e simpático pingüim que mora no Pólo Sul, mais precisamente numa região chamada Frio de Janeiro. Meio que na marra, Cadu vai representar a sua terra num campeonato internacional de surf realizado no Havaí, e lá ele descobre que para ser um verdadeiro campeão é necessário muito mais do que apenas surfar com maestria.

Como sempre acontece neste segmento, os desenhos animados de longa metragem se preocupam em agradar tanto aos adultos como às crianças. E neste sentido “Tá Dando Onda” dá conta do recado. As cenas iniciais, mostrando “antigos documentários” de campeonatos de surf do passado são brilhantes. As gozações com o mundo do esporte também. E os “grandinhos” certamente curtirão uma das mensagens principais do filme, que ataca a competitividade excessiva da sociedade atual, e valoriza o prazer de se fazer com paixão aquilo que se gosta. Já as crianças têm personagens divertidos e bem construídos, um visual arrebatador, e muita aventura. O ritmo do filme chega a cair em determinados momentos, mas o pique é retomado no final.

“Tá Dando Onda” não chegou a ser um estouro de bilheteria nos EUA, onde faturou abaixo de US$ 60 milhões, valor não muito animador para uma produção deste porte. Mas, fazendo como Cadu, deixe a competitividade dos números de lado e leve a família ao cinema para curtir e se divertir.

Uma curiosidade: na versão original, as vozes dos “cineastas” que realizam o documentário sobre Cadu Maverick são feitas pelos próprios diretores Ash Brannon e Chris Buck.