“TESTEMUNHA INVISÍVEL” CUMPRE A PROMESSA DE UM BOM ENTRETENIMENTO.

Por Celso Sabadin.

Acredito na diversidade: curto a existência de diferentes propostas de cinema para diferentes momentos. Às vezes, por exemplo, cai bem um filme estilo “novela policial”, sem grandes pretensões cinematográficas e/ou artísticas, mas que consegue contar com competência uma história de assassinato daquelas que você não quer sair do filme até saber o que de fato aconteceu. Não exatamente um “whodunit”, como dizem os ingleses, mas sim um “whodunit” misturado com “whydonunit” e “howdonuit”, se é que isso existe. É o caso do eficiente “Testemunha Invisível”, refilmagem italiana do longa espanhol “Um Contratempo”, de 2016.

O mega empresário Adriano Dória (Riccardo Scamarcio) é acusado de assassinar sua bela amante Laura (Miriam Leone), o que causa um escândalo na já tradicionalmente escandalosa mídia italiana. O caso é tão complicado que o próprio advogado de Dória não se sente capaz de representá-lo, resolvendo então pedir ajuda à veterana Virginia Ferrara (Maria Paiato), uma advogada famosa e respeitada por jamais ter perdido um caso sequer. Para ajudar o acusado, porém, Virginia exige saber exatamente de toda a verdade, em todas as minúcias.

“Testemunha Invisível” se desenvolve assim sob o formado de um grande depoimento a portas fechadas entre Dória e sua advogada, no qual, através de flash-backs, o público tomará contato com as mais diversas facetas do crime, compondo um intricado e cada vez mais atrativo painel de verdades, mentiras, reviravoltas, fatos e versões.

Indicado ao prêmio David di Donatello de melhor roteiro adaptado, “Testemunha Invisível” tem direção de Stefano Mordini. Um bom entretenimento.