“THE WALKING DEAD” 80 ANOS ATRÁS.

Por CelsoSabadin

Muito antes de qualquer seriado de televisão (aliás, muito antes que a própria existência da televisão), Hollywood já fazia o seu “The Walking Dead”: foi em 1º de março de 1936 que a Warner lançou seu drama de terror policial “O Morto Ambulante”, ou “The Walking Dead” no título original.

Na época, o inglês de nome russo Boris Karloff (que na verdade se chamava William Henry Pratt) já havia aterrorizado muita gente com seus inesquecíveis e monstruosos papéis vividos (ou morridos?) em “Frankenstein” e “A Múmia”. Agora, ele encarnava o tal morto ambulante do título.

A trama começa em tom político, com um juiz sendo ameaçado de morte durante o julgamento de um integrante de uma poderosa facção criminosa (sim, já existia tudo isso na época). Para cumprir a ameaça, os bandidos precisam não só matar o juiz como também encontrar um inocente útil para levar a culpa. É onde entra o ex-presidiário John Ellman, papel de Karloff. Tudo se torna ainda mais interessante quando Ellman é injustamente condenado pela morte do magistrado, vai para a cadeira elétrica… mas morre só um pouquinho. Como? Só mesmo vendo o filme e acompanhar o esperto e criativo argumento desenvolvido pelo escocês Ewart Adamson (que também escrevia roteiros para Os Três Patetas) e pelo novaiorquino Joseph Fields.  Tudo sob a  direção do austro-húngaro Michael Curtiz, que faz do filme uma vibrante mistura de aventura, policial, ficção científica e terror, com direito até a pitadas de romance. Tudo em 65 minutos! Seis anos depois Curtiz se tornaria o diretor do clássico “Casablanca”.

“O Morto Ambulante” faz parte da caixa “Sessão Dupla de Terror”, lançada pela Versátil, que traz quatro filmes do gênero em dois caprichados DVDs.