TIRADENTES 2017: “GUERRA DO PARAGUAY”. E DA HUMANIDADE.

 

Por Celso Sabadin, de Tiradentes.

O eterno conflito entre o humanismo e a bestialidade é o tema central de “Guerra do Paraguay”, o mais recente filme de Luiz Rosemberg Filho, cineasta que encontrou um novo e vigoroso fôlego em sua carreira através dos sempre eficientes processos de produção de Cavi Borges.

O embate se dá através do encontro entre um soldado e duas atrizes. Nada mais simbólico: de um lado, o militarismo orgulhoso de um soldado feliz por ter matado vários de seus oponentes. Do outro, a delicadeza da arte. Todo o filme se desenvolve sobre dicotomias. Homem/mulher, selvageria/docilidade, humanismo/brutalidade. Ainda que dividam o mesmo espaço, nem no mesmo tempo os protagonistas estão. Quando uma suposta compreensão entre estes dois universos parece se desenhar, o filme nos sacode com uma dose maciça e brutal de realidade e imagens documentais de tirar o rumo de quem sai da sala de projeção. Tudo emoldurado por uma bela fotografia em preto e branco que descola o longa de seu registro real e o alça a um patamar de fábula. Uma fábula, porém, tristemente verdadeira.

Perturbador e intenso, “Guerra do Paraguay” traz no elenco, Patricia Niedermeier, Ana Abbott, Alexandre Dacosta e uma participação especial de Chico Diaz.

Celso Sabadin viajou a Tiradentes a convite da organização do evento.