“TOC – TRANSTORNADA, OBSESSIVA, COMPULSIVA” … QUE PENA!  

Por Celso Sabadin.

Sim, há boas piadas e divertidas situações cômicas na comédia “TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva”. Entre elas, a bem explorada rivalidade entre a jovem aspirante (papel de Tatá Werneck) e a atriz consagrada e experiente (Ingrid Guimarães), os pesadelos da protagonista inspirados em filmes de ação norte-americanos, a crítica e a ridicularização das celebridades vazias, e o apartamento do personagem mais sem noção da trama (Bruno Gaglaisso), não por acaso forrado por obras ao estilo Romero Brito. O problema é que para chegar até estes bons momentos será preciso atravessar um mar de baixarias, apelações e malformações de roteiro que acabam desanimando qualquer um que curta uma boa comédia. Não chega a ser o tal “humor de gosto duvidoso”, porque no caso não há dúvida nenhuma: é humor raso e rasteiro mesmo, de triste estirpe e qualidade.

Persiste no filme a antiga crença que para fazer rir é necessário passar necessariamente pela chave do escatológico e/ou do pseudossexual, e talvez apelar para os instintos mais primitivos da plateia. Uma pena, pois o mote principal, o nível de produção e o elenco envolvido poderiam ter proporcionado um bom momento do cinema cômico brasileiro. O que não aconteceu. Além do que também não era necessário “pegar emprestado” exatamente o mesmo TOC do personagem de Jack Nicholson em “Melhor é Impossível”, né não?

Destaque positivo para Daniel Furlan, que interpreta com talento o bom personagem Vladmir.

A estreia é nesta quinta, 2 de fevereiro.