“TUDO O QUE DESEJAMOS” É OUTRO SHOW DE SUTILEZA E SENSIBILIDADE DO CINEMA FRANCÊS.

Tudo o que desejamos é fazer (pelo menos um pouco) a diferença neste mundo, e deixar algo de bom para nossos filhos. Tudo o que mais tememos é o que vemos no belíssimo filme do diretor Phillippe Lioret, o mesmo de “Bem-Vindo”. A trama é centrada em Claire (Marie Gillain, de “Coco Antes de Chanel”), jovem mãe e juíza que divide seu tempo entre cuidar das crianças e lutar contra contratos ilegais de uma poderosa instituição financeira. Nenhuma das duas tarefas é fácil. Principalmente quando o destino nos prega peças. E mais não deve ser dito. Nem o trailer deve ser visto.

Muito mais do que tentar saber o que acontece e o que não acontece na história, o filme propõe um mergulho profundo e doloroso na alma de uma mulher que sabe que tem tudo a perder. É um trabalho sensorial, de reflexão e silenciosos olhares angustiantes, de interpretações marcantes e direção de altíssima sensibilidade.

O bom cinema francês tem este poder: minimalista, de enquadramentos puros, trilha sonora quase imperceptível e um roteiro que prioriza o humanismo, os filmes de qualidade lá produzidos têm uma fantástica capacidade de provocar o envolvimento emocional e a catarse com o público. Com sutileza.

“Tudo o que Desejamos” tem no elenco o ótimo Vincent Lindon, que já havia trabalhado com o diretor em “Bem-Vindo”.