“UM ESPIÃO COMPASSIVO”, INACREDITAVELMENTE REAL.

Por Celso Sabadin. 

Segunda Guerra Mundial, 1944. Aos 18 anos, Theodore Hall é um brilhante estudante de Harvard convidado (ou convocado?) pelo governo norte-americano para fazer parte do ultra secreto Projeto Manhattan, destinado a desenvolver a bomba atômica. Mais consciente que seus colegas, ele sabia que tanto poder nas mãos de um único país poderia desequilibrar a ordem mundial, e resolve assim repassar segredos do armamento para a União Soviética. Sua namorada e seu melhor amigo são as únicas pessoas do mundo a compartilhar o segredo de Ted.

Tal história tem tudo para se transformar em um ótimo filme ficcional estrelado por um elenco jovem de primeira linha, e até concorrer ao Oscar de roteiro. E o mais surpreendente: ela é 100% real. Tanto que rendeu o filme “Um Espião Compassivo”, totalmente documental, totalmente verdade.

Integrante da Mostra Competitiva Internacional do festival É Tudo Verdade, “Um Espião Compassivo” é conduzido por Joan Hall, namorada de Ted desde a época da faculdade, e que se tornou sua esposa por mais de meio século. Detentora de todos os segredos do protagonista, é ela quem entrevista Ted já em seus últimos momentos de vida, e alinhava suas ideias com reflexões, emoções e amplo material de arquivo.

O resultado é um filme fascinante do primeiro ao último minuto. E mais: diferente da grande maioria dos documentários, as cenas que envolvem reconstituições dramáticas são da maior qualidade, bem diferente daquele jeitão falso tipo History Channel.

A direção é de Steve James, detentor de mais de 50 premiações internacionais, incluindo duas indicações ao Oscar de documentário em longa-metragem.

“Um Espião Compassivo” pode ser visto hoje, às 19h30, no IMS Paulista.