“UMA MULHER INESQUECÍVEL”, HIPNOTICAMENTE INSTIGANTE.

Por Celso Sabadin.

O morno título brasileiro não faz justiça a “Uma Mulher Inesquecível”. Não que o original em alemão “Ein Fisch, der auf dem Rücken schwimmt” (algo como “um peixe nadando de costas”) seja uma maravilha, mas pelo menos é mais intrigante, inteligente e curioso, o que combina bastante com o longa, igualmente intrigante, inteligente e curioso

“Uma Mulher Inesquecível” é praticamente inteiro concentrado em uma casa e quatro personagens: o recém-viúvo Phillip (Henning Kober), seu jovem filho Martin (Theo Trebs), a empregada doméstica Nadja (Anna Manolova), e Andrea (Nina Schwabe), namorada de Phillip, que por incrível que pareça não é a mulher inesquecível do título.
É o tipo do filme que, quanto menos a gente falar sobre ele, melhor. Recomendaria até não ver o trailer, nem ler a sinopse. Basta saber que se trata de um longa sobre a complexidade das relações humanas, daquele estilo que o cinema europeu sabe fazer como ninguém: envolvente, em ritmo hipnótico, instigante, de uma gritante sobriedade, e que utiliza a simplicidade narrativa para alcançar a profundidade da alma humana. Nem parece que é apenas o segundo longa-metragem dirigido pela búlgara Eliza Petkova, que também o roteirizou.

Selecionado para a 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim (2020), “Uma Mulher Inesquecível” estará disponível a partir de 8 de abril pelo NOW, ou pela plataforma www.cinemavirtual.com.br