“UMA NOITE NO MUSEU 3″ É A PRIMEIRA ESTREIA DO ANO.

Comédia foi o único filme a entrar em cartaz neste primeiro dia de 2015.

Por Celso Sabadin.

Quando uma franquia cinematográfica começa a perder o gás, os produtores costumam recorrer a dois recursos já bem manjados: transferir a ação do filme para uma grande e charmosa cidade europeia em busca de novos ares cênicos, ou buscar as origens da trama. “Uma Noite no Museu 3” faz as duas coisas. O corre-corre das peças de museu que ganham vida agora acontece dentro do tradicional British Museum, em Londres. Tudo porque a turma do museu novaiorquino precisará conhecer o mistério da pedra egípcia que gera toda a magia que move a história. E a chave deste mistério está guardada na capital inglesa.

Tais subterfúgios de roteiro até que funcionam razoavelmente bem neste terceiro episódio. Não a ponto de empolgar, mas pelo menos fecham a trilogia de uma maneira minimamente digna. E acenam para o esgotamento da fórmula, que corre sério risco de degringolar caso se opte por um quarto capítulo.  

O flashback inicial do filme é realmente muito bom, chegando a lembrar o primeiro “Caçadores da Arca Perdida” e suas fascinantes escavações arqueológicas. Mas pára por aí. Quando a ação volta aos dias de hoje o que se vê é uma repetição das fórmulas dos dois episódios anteriores, com a desvantagem da perda da novidade. Há bons momentos, como Ben Stiller vivendo com talento o papel duplo de um homem primitivo, uma boa supresa que acontece num teatro londrino, ou a decepção do faraó egípcio (Ben Kingsley) ao saber que os judeus não estavam exatamente “cantando e se divertindo” enquanto construíam as pirâmides. Mas no geral prevalece a sensação de mais do mesmo.

Ironicamente, esta trilogia cômica que fez tanta gente rir se encerra com um forte sabor de tristes despedidas. Tanto dos personagens do museu novaiorquino, como principalmente dos atores Robin Williams e Mickey Rooney, ambos falecidos em 2014. Rooney ainda poderá ser visto numa modesta nova versão de “O Médico e Monstro” a ser lançada em 2015, provavelmente direto em DVD ou televisão.  E Robin Williams só poderá ser ouvido como dublador de um ser alienígena na comédia “Absolutely Anything”, do ex-Monty Python Terry Jones, prevista para julho de 2015.

O próprio Ben Stiller também afirmou que não estrelaria uma nova sequência de “Uma Noite no Museu”, caso ela aconteça. O último plano do filme, por sinal, é um expressivo close do ator. E há um ar de despedida em seus olhos.