VARILUX 2018: O PODER, SEMPRE SÓRDIDO, EM “TROCA DE RAINHAS”.

Por Celso Sabadin.

Amor, casamento, respeito à infância e aos sentimentos, paixão… nada disso tem a menor importância para a nobreza dominante do século 18. Na verdade, nada disso tem a menor importância para a nobreza dominante, ponto. Casamentos são apenas armações políticas para a manutenção das riquezas entre as famílias e a perpetuação da paz. Entre os mesmos.

Este é um dos temas mais presentes do ótimo “Troca de Rainhas”, drama histórico roteirizado e dirigido por Marc Dugain, a partir do livro que Chantal Thomas publicou em 2013. A trama – baseada em acontecimentos reais – começa em 1721, alguns anos após a morte do rei francês Luís XIV, momento em que as tensas relações entre França e Espanha estão em pé de guerra.  Para apaziguar a situação, o regente francês, Philippe d’Orléans, propõe que o novo rei, Luís XV, se case com a princesa espanhola Anna Victória, e que o príncipe herdeiro da Espanha, Luiz, se case com a francesa Louise-Elisabeth d’Orleans.  O problema é que estes dois “casais de noivos” são formados por crianças e adolescentes entre 4 e 14 anos de idade. O que não é empecilho nenhum para os donos do poder.

Emoldurado por uma fotografia simplesmente espetacular que evoca pinturas clássicas, “Troca de Rainhas” reveste-se de uma bem-vinda contemporaneidade ao retratar a sordidez dos bastidores das cortes apodrecidas. Coproduzido por França e Bélgica, o filme é destaque no Festival Varilux, e deve entrar em cartaz em circuito no próximo mês de agosto.

A programação completa do Festival Varilux pode ser acessada em: http://variluxcinefrances.com/2018/programacao