“VELHA ROUPA COLORIDA”: SANGUE NOVO – E BOM – NO CINEMA BRASILEIRO.

Por Celso Sabadin.

Rached (Dida Andrade) retorna ao Brasil após uma temporada frustrada. Em busca de emprego, recorre ao escritório de advocacia do pai de seu amigo Jucá (Adriano Toloza), e tenta retomar a vida no país. Porém, depois de cinco anos de ausência, Rached encontra um Brasil pior, mais corrupto, mais cruel e sem ética. Seu país, seus amigos, seus antigos relacionamentos são para ele uma roupa que não serve mais, em alusão à canção de Belchior que dá título ao filme. E que não toca durante o longa.

Há um forte ar de veracidade em “Velha Roupa Colorida”. Não somente pelo seu tema – atualíssimo e importante – mas principalmente pela direção leve de um assunto pesado, o que confere ao filme uma rara fluidez narrativa. A direção de elenco extrai de todos interpretações das mais críveis e plausíveis, o que confere a “Velha Roupa Colorida” quase um ar documental, de genuinidade, similar ao visto recentemente em uma outra notável obra brasileira: “Sertânia”.

O material de divulgação diz que este estilo é o que chamam de Mumblecore, movimento jovem de cinema independente dos Estados Unidos, com cenas improvisadas e tramas próximas da vida cotidiana que abrem mão da segurança do texto. Confesso que não conhecia o rótulo.
Além dos já citados, o elenco ainda traz Louise D’Tuani, Kauê Telloli, Fabio Penna, Pedro Lopes, Carol Melgaço, Fernanda Stefanski, Andradina Azevedo Marcelo Lazzaratto.

Na trilha sonora, jovens bandas de rock brasileiras, como Agoristas, Rios Voadores, Fernando Freitas, Sara Não Tem Nome, Carne Doce e Caio Falcão e o Bando.

“Velha Roupa Colorida” é o primeiro longa de Gabriel Alvim, que já escreveu e dirigiu 3 curtas premiados. Uma estreia das mais promissoras que estreou em 27 de maio na plataforma Filme Filme, onde ficará disponível gratuitamente por mais três meses.

O endereço é https://filmefilme.com.br/movies/velha-roupa-colorida