“VELOZES E FURIOSOS 4″ É FILME DE MENINO, SEM COMPROMISSOS.

Ele está de volta: Vin Diesel, astro principal da franquia “Velozes e Furiosos”, iniciada em 2001, não atuou nos capítulos 2 e 3 da série, mas aceitou encarar esta nova sequência, batizada no Brasil de “Velozes e Furiosos 4″. O número não existe no título original, grafado apenas como “Fast & Furious”, pouca coisa diferente do primeiro episódio, chamado de “The Fast and The Furious”.
São pequenas sutilezas que não escondem o fato principal: como no mercado norte-americano muitas vezes é mais caro divulgar um filme que propriamente produzi-lo, os produtores sabem que apelar para um nome já conhecido, para uma franquia já amplamente desenvolvida junto ao público, pode significar uma grande economia nas verbas de marketing.

Mas como nada disso interessa ao público em geral, vamos à resposta que todos buscam: sim, o filme vale o preço do ingresso. É ágil, tem humor, boas perseguições, cenas eletrizantes, belas mulheres e trama rala. Tudo o que se espera de um “Velozes e Furiosos”, seja lá qual for o número.

O diretor de Taiwan Justin Lee (o mesmo de “Velozes e Furiosos em Tóquio”) deve ter assistido a “Mad Max 2″ dezenas de vezes para fazer a cena inicial, onde a gangue de Toretto (Vin Diesel) tenta roubar um enorme caminhão-tanque carregado de combustível, sem sequer precisar pará-lo. Na antiga aventura de Mel Gibson, a carga a ser roubada era água, mas fora isso as semelhanças entre os dois filmes ultrapassam os limites das referências.

Passado o (bom) impacto da sequência de abertura, o roteirista Chris Morgan (que estreou no cinema com o eficiente roteiro de “Celular”) prefere focar a ação nos elementos típicos que o gênero exige. Entre eles, o policial rebelde que sempre se desentende com o chefe intransigente, as belas mocinhas cheias de atitude e determinação (é preciso conquistar as bilheterias femininas também), o herói durão que teve o coração partido por uma tragédia, enfim, criar é muito arriscado neste tipo de produção.

Paul Walker, que não estava no filme 3, volta agora neste 4, mas quem rouba a cena – pelo menos para os meninos – são as meninas: a panamenha filha de brasileira Jordana Brewster também retorna à ação (após “pular” o segundo e terceiro episódios), e a modelo israelense Gal Gadot faz uma estréia cinematográfica no mínimo vistosa, do alto de seu metro e oitenta de estatura (apenas 3 cm menos que o próprio Vin Diesel).

É pura diversão, sem compromisso.