VIGOROSO, “CLASH” ENTRA NA SEGUNDA SEMANA DE EXIBIÇÃO.

Por Celso Sabadin.

Para o bem ou para o mal, o mundo parece cada vez menor. O que se vê nas mais distantes latitudes não soa muito diferente do que se percebe em nossas esquinas. A produção franco-egípcia “Clash” é mais uma prova desta triste globalização. Trata-se de um filme sobre intolerância política, brutalidade, governo desestabilizado e incompetência policial, ou seja, uma realidade tão presente no Cairo como na Avenida São João.

A ação é ambientada em 2013, dois anos após a revolução egípcia. Durante a queda do presidente islamita Morsi, vários manifestantes de diferentes credos e orientações políticas vão sendo trancafiados num caminhão da polícia. O camburão se torna um microcosmo da própria sociedade, catalisando ódios, e medos, potencializando intolerâncias, e criando um microinferno comandado pela inabilidade dos comandantes.

Escrito e dirigido por Mohamed Diab (o mesmo de “Cairo 678), “Clash” foi bem recebido no circuito internacional de festivais – incluindo Cannes –  e entra nesta quinta-feira, 12 de maio, em sua segunda semana de exibição no Brasil.

Ao vê-lo, é impossível não imaginar o que aconteceria se vários coxinhas e petralhas fossem colocados juntos dentro de um mesmo caminhão fechado…